O Expresso e o Boiadeiro
Se não manter os peões de muita raça
Lá no sertão galopando as invernadas
Os caminhões do expresso boiadeiro
Não tem serviço rodam vazios na estrada
Mas eu ainda sou peão de boiadeiro
Graças a Deus não perdi a profissão
E o meu laço de pegar mestiço arisco
Tá pendurado na garupa do burrão
Tenho também um bom cachorro campeiro
É ensinado amigo de estimação
E o meu cachorro muito tem me ajudado
A por o gado lá dentro do caminhão
Se não manter os peões de muita raça
Lá no sertão galopando as invernadas
Os caminhões do expresso boiadeiro
Não tem serviço rodam vazios na estrada
E o mestiço que ficou bem alongado
Tá escondido na quiçaça ou no guapé
O caminhão eu já sei que não vai lá
Se ele entrar pra sair não vai dar pé
Pois é preciso um peão bem traquejado
Firme no laço e também de muita fé
Trago o mestiço na chincha do burrão
Pro caminhão nem que for de marcha ré
Se não manter os peões de muita raça
Lá no sertão galopando as invernadas
Os caminhões do expresso boiadeiro
Não tem serviço rodam vazios na estrada
Eu agradeço o expresso boiadeiro
O motorista que vai firme no volante
Não vejo mais sofrimento de boiada
Não vejo mais sofrimento dos marchantes
Tem muita gente chorando de saudade
Daquele tempo que já vai muito distante
Eu vivo hoje no tempo que já se foi
Lido com boi e ainda toco berrante