Batalha Povo
César De Oliveira
Eu hoje sou barco
Subindo manhãs
Sou remo lançado
No rio de amanhã
Sou campo e cidade
Sou mão que esqueceu
De acenar saudades
E dizer adeus
Eu sou a maré nova
Na praia velha
Trago de liberdade duas mãos-cheias
Sou força do trabalho que se semeia
Sou o estandarte novo
Desta muralha
Sou a batalha-povo
Que em mim se ganha
Pão que por mim se ceifa
E em mim se espalha
Sou campo desperto
Que encara de frente
Sou um sol do tamanho
Do corpo da gente
Sou gesto e palavra
Poeta, soldado
Sou terra lavrada
Por fúrias e arados