Chamas, Fome e Dor
Blinho
Hoje acordei com uma leve impressão.
E com a tristeza de um mundo perdido e sem solução.
Já não sei o que é viver.
Se é respirar,
Ou se é conquistar.
Se é conceder,
Ou lutar pra sobreviver.
Um ar imperfeito tomou meus pulmões.
E as imagens da devastação criando sertões.
Causando dor,
Animais gritando,
E a mata chorando:
O que fazer?
Se eu não posso nem me mover.
Por mais que eu cante,
Nesse momento crianças então morrendo,
De fome.
Compartilhar virou receber,
Dividir virou:
- Não quero nem saber!
A água suja já toca meus pés,
Levando o pouco que tenho,
E me deixam papéis,
Verdes papéis,
Do que vale o dinheiro sem amor?
Os meus filhos imploram:
- Por favor!
O que fazer?
Não viemos ao mundo pra sofrer.