Vanera de Varrê Galpão
Acordei cedo e fiz um mate topetudo
Cortei vassoura e trouxe lenha pro fogão
Liguei no rádio e quando toca uma vanera
Chega me dar tremedeira e me acelera o coração
Já tirei leite, já varri o galinheiro
Mamaram os terneiro, já dei bóia pros leitão
Nunca foi fácil essa vida de chacreiro
Dou um volume no rádio, para acomodar o galpão
Toca meu rádio que essa vanera é bocona
Chora cordeona não deixa o fole fechar
Que não é sempre que toca marca gaúcha
E essa vanera me gusta varrê o galpão sem parar
Hora da bóia e já tô pensando na sesta
Porque um cadáver também tem que descansar
E me levanto enxaguando a cara feia
Tumbo a boina na oreia e me vou pra horta lidar
Largo da enxada e volto pro ciclo de novo
Vou no coxo colhe uns ovo
Que as vacas querem ração
O que me agrada nesse esteio é meu rádio
Quando toca uma vaneira dessas de varrê o galpão