Setecentos e Três
Trago sempre marcada
Aquela madrugada
No setecentos e três
Precisamente há uma hora
Você me mandou embora
Pedindo que fosse de vez
Então os versos e sussurros
Viraram sopros nulos
Quebrado a monotonia
E só cessaram os insultos
As quatro e cinco minutos
Ao romper do dia
Porque o forte vento
Soprou no apartamento
Um frio mesmo polar
Era a natureza protestando
Por eu estar maltratando
A quem devia amar
Veio a transformação
Senti o que nunca senti
Quando na sua nudez
De marcas da estupidez
Que sem querer cometi
E na transformação
Beijos contra beijos
Desejos e desejos
Soluços de dor
Murmúrio de amor
Se eu pudesse lhe batia
Uma surra todo dia
Como fiz naquela vez
Com o mesmo frio o mesmo vento
No mesmo apartamento
Setecentos e três