Tom zen
Tom zen
Lá em casa aprendi a ser um bom rapaz, mas às vezes me traio com desejos.
Cortando o ar na velocidade dos meus medos, que gritam sem parar.
Ah! Como gritam.
E quantos mundos criei fechado no meu quarto?
Um bocado de lugares que eram mais vivos que eu.
Onde eu era a flor fumando um cachimbo de abelhas, tragando o pólen do criador.
Tão zen, sou mais que apenas isso que se vê.
Estou nos filmes de drama que hoje só chamam de lado b.
Às vezes, até pareço feliz na sua ausência.
Você é assim, um achado nos perdidos e está em um mundinho que criei, só pra mim e pra você.
Aqui você é sempre minha e de mais ninguém, nem de você, meu bem.
Um amigo me ensinou a sorrir pra todo o mundo, mas sempre me vejo tão calado.
Só fico em paz com a humanidade dos meus sonhos, que me levam pro ar.
Ah! Os meus sonhos!
E quantos mundos criei estirado no travesseiro?
Um bocado de ilusões que eram mais vivas que eu.
Hoje eu era o dia construindo a clareza na noite, mudando o astral.
Ton zen, você sabe, sobrou pouco.
Desarrumei minha alma pra achar que estava com você.
Espalhei por aí o seu cheiro.
Insisti num aroma que nem lembro existir.
Estou meio assim, um perdido nos achados, mas tranquei você aqui, no mundinho que criei, só pra mim e pra você.
Aqui você é sempre minha e de mais ninguém, nem de você, meu bem.