Sagarana

João de Aquino / Paulo César Pinheiro

A ver, no em-sido pelos campos-claros: estórias
Se deu passado esse caso, vivência é memórias
Nos Gerais, a honra é-que-é-que se apraz
Cada quão sabia sua distrição
Vai que foi sobre esse era-uma-vez, 'sas passagens
Em beira-riacho morava o casal: personagens
Personagens, personagens

A mulher tinha o morenês que se quer
Verdeolhar dos verdes do verde invejar
Dentro lá deles diz-que existia outro gerais
Quem o qual, dono seu
Esse era erroso, no a-ponto-de ser feliz demais

Ao que a vida, no bem e no mal dividida
Um dia ela dá o que faltou
É buriti, buritizais
É o batuque corrido dos gerais
O que aprendi, que aprenderás
Que nas veredas por em-redor Sagarana
Uma coisa é o alto bom-buriti
Outra coisa é buritirana

A pois que houve no tempo das luas bonitas
Um moço êveio: - Viola enfeitada de fitas
Vinha atrás de uns dias pra descanso e paz
Galardão: - Mississo-redó: Falanfão
No-que: "-se abanque..."
Que ele deu nos óio o verdejo
Foi se afogando, pensou que foi mar, foi desejo...

Era ardor, doidava de verde o verdor
E o rapaz quis logo querer os gerais
E a dona deles:
"- Que sim", que ela disse verdeal
Quem o qual, dono seu
Vendo as olhâncias, no avôo virou bicho-animal:
- Cresceu nas facas:
- O moço ficou sem ser macho
E a moça ser verde ficou

É o batuque corrido dos gerais
O que aprendi, que aprenderás
Que nas veredas por em-redor Sagarana
Uma coisa é o alto bom-buriti
Outra coisa é buritirana

Quem quiser que cante outra
Mas à-moda dos gerais
Buriti: rei das veredas
Guimarães: buritizais!

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