Santo Guerreiro
Santo Guerreiro
(Michel de Moura, com poesia de Paulo César Pinheiro)
BR-KW1-16-00012
Não sei de onde ele veio
Mas ensinou-me bastante
Fez-me enterrar o diamante
Fez-me plantar o centeio
E ele não tinha receio
Das ordens do comandante
Varava todo quadrante
Furava todo bloqueio
Tinha uma paz no semblante
E uma coragem sem freio
No coração um anseio
De organizar o levante
Pra quem mostrava-se alheio
E ao cidadão vacilante
Ele era mais vigilante
Falava mais sem rodeio
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Guerreiro as vezes achei-o
As vezes santo atuante
De qualquer jeito um gigante
Líder e pai de seu meio
Queria vê-lo farsante
Desmascarado em torneio
Mas tudo foi devaneio
Foi tudo um sonho distante
A delação logo veio
Depois a força volante
Toda tortura humilhante
E o cruciante passeio
E o povo inteiro diante
De sua dor e alheio
Ele que vinha do seio
Do povo que fora amante
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Morto caiu, corpo em cheio
Mas viverá doravante
Virá seu filho adiante
Tal como um dia ele veio