Desalentado
César Lacerda, Morris Picciotto, Romulo Fróes
Diz a lenda que a lua brilha
Para quem para ela olhar
Que lá, no fundo do olhar
A lua, lentamente, do olho se libertará
E penetrará o sonho
Iluminando um mar sem fim
Tremor da lua na água
Teu corpo em minha mão
O mar da tua boca
Na vida algum alento
Diz a lenda que a lua some
Para quem sonho já não há
Que lá, no fundo mar
A lua, lentamente, em concha se recolherá
E abandonará o sonho
Impondo ao olho o frio do chão
O corpo ausente, o dia
A fome, a mão vazia
A lua, o mar, pra que?
Se a vida é desalento
Desalentado cidadão
A lenta dor
Desalentado
A lenta dor
Diz a lenda