Um Canto Meu

Miro Saldanha

Encilhei o baio, ruminando a soma;
Pra sobrar uns trocos do que eu recebi;
Terminei a lida, entreguei a doma;
Já não tenho nada pra fazer aqui.

Quando a vida cobra, não nos dá recibo;
Quem não tem raízes tem mais que partir;
Pisoteando a alma com o pé do estribo
E o peito sangrando não querendo ir.

(Quem sepulta os sonhos, paleteando a vida,
Vai abrir feridas para a solidão;
Se não se dá conta quando amadurece,
Um dia, envelhece de freio na mão.)

Quem cansou cavalos cuidando do alheio,
Nem mesmo o arreio não sabe se é seu;
Acho que chegou a hora da virada;
Já cansei de estrada, quero um canto meu!

Tem algo diferente, na manhã de maio;
Nem a liberdade não me satisfaz!
Fico disfarçando, ajeitando o baio;
E o olhar da moça me tirando a paz.

Como a terra se abre, quando o arado lavra,
Dizem que um olhar nos abre o coração;
É quando a luz dos olhos diz mais que a palavra
E o calor da pele, bem mais que a razão.

(Quem sepulta os sonhos, paleteando a vida,
Vai abrir feridas para a solidão;
Se não se dá conta quando amadurece,
Um dia, envelhece de freio na mão.)

Curiosidades sobre la música Um Canto Meu del Miro Saldanha

¿Cuándo fue lanzada la canción “Um Canto Meu” por Miro Saldanha?
La canción Um Canto Meu fue lanzada en 2007, en el álbum “Um Canto Meu”.

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