Gratidão

Dinis Melo

Pensa, põe-te num cenário hipotético
Num lugar que não valoriza o dinheiro e o estético
Numa miséria, desgraça, vou ser mais técnico
Onde o objetivo no máximo é te manteres esquelético

Olhas à volta, nada, zero família
E hoje as pedras do chão vão ser a tua nova mobília
Prepara agora, tá na hora são cinco da matina
Sol tapado, o céu estrelado, enquanto o escravo caminha

Se fosse a ti mantinha, no frio acelera o passo
Aqui não há mantinha, aqui há homem um de aço
Lá tu levas no ofício até ás nove e tal
Sem descanso, sem umas férias, nem um dia de Natal

Wow, isto normal e tás habituado
No final acabas sempre por dar uns sinais
De desgaste, se chegaste e tiveres cansado
Vais dormir depois acordas que amanhã há mais

Sinto-me tão patético
Quando me queixo da vida, e só vejo mesmo os meus problemas
A tanta gente no mundo, a viver no extremo
Que eu não me posso lamentar

Sinto-me tão patético
Quando me queixo da vida, e só vejo mesmo os meus problemas
A tanta gente no mundo, a viver no extremo
Que eu não me posso lamentar

"The one way to couch your mind from depression is with gratitude
Gratitude erases all negativity cause there is no room now for negativity
Is not a magic trick, joy and depression cannot reside in the same space
Gratitude changes your perception"

Pensa põe-te num cenário hipotético
Num lugar que só valoriza o dinheiro e o estético
Não há miséria, achas, tu és magnético
Tás repleto de papel e com um corpo atlético

Olha para a roupa, cara, é de família
Mas no meio da abundância tens a alma vazia
Prepara agora, tá na hora são cinco da matina
Vens drogado duma festa, fumo e cocaína

Foste esquecer o clima, aquele que tens passado
Ver se sol radia, mas pra ti está nublado
Continuas desorientado num estado mental
Que contempla o suicido e pode ser mortal

Wow, numa corda tu tás pendurado
Mas ninguém adivinhava, nem deste sinais
De desgaste, e gritaste já num tom cansado
Vou dormir, já não acordo pra mim não dá mais

Sinto-me tão patético
Quando me queixo da vida, e só vejo mesmo os meus problemas
A tanta gente no mundo, a viver no extremo
Que eu não me posso lamentar

Sinto-me tão patético
Quando me queixo da vida, e só vejo mesmo os meus problemas
A tanta gente no mundo, a viver no extremo
Que eu não me posso lamentar

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