Mulher Oferecida

MULHER OFERECIDA
(Claudia P. Pinna)

Essa amante é mal amada, adora uma confusão.
Vive se achando a gostosa, só vive na competição.
Mas com a fiel ela não tenta, sabe que aqui não é sua praia,
Ela só banca a boazuda com mulherzinha da sua laia.
Competir com a fiel é uma total disparidade,
Porque amante não tem classe, muito menos dignidade.
Curte a vida na sacanagem e nunca perde uma noitada,
Vai pra pista com seu bonde, são tudo kenga depravada.
Quer sempre chamar a atenção, fala alto e dá risada,
É mesmo muito escandalosa, faz de tudo para ser notada.
Não pode ver passar um homem que logo quer se exibir,
Mexe os braços, balança os cabelos e faz até alguma coisa cair.
No fundo isso tudo é carência, se sente infeliz e incompetente,
Felicidade alheia incomoda e isso é o que a faz ficar descontente.
Não vive sem fazer inferninho e adora criar um mal-estar,
Chega de manso e banca a simpática só pra poder impressionar.
Mas a fiel já tá ligada que isso tudo é só estratégia,
Fica bancando a amiga de todos, por acaso eu tenho cara de comédia?
Quando chega na night de bonde a amante só fala com que ela quer,
Só que quando chega sozinha ela banca a fina com toda mulher.
Essa pose de moça educada é só mais uma artimanha,
Vaza daqui amante cretina, você não passa de uma piranha.
Essa amante é uma devassa e não dispensa uma orgia,
Tá na pista pra negócio, trocando a noite pelo dia.
Não pode saber de festinha que ela logo se convida,
Mas que mulher intrujona, não cansa de ser oferecida?
A sua presença é vista, porque faz de tudo para aparecer,
Deixou a decência em casa, é mesmo imatura, esqueceu de crescer.
Essa puta gosta de ibope, não importa se outros gostam dela,
Quer brilhar, chamar atenção, mesmo que seja como cadela.
Como pode arrumar um homem que não leve em conta o seu lado vadia?
Só mesmo se quiser ser um corno. Se conforme amante, vai ficar pra titia.