Quieto No Meu Canto
Eu andava quieto no meu canto
Milongueando, lendo e escrevendo
Atravessando o sono, entrecortado, destaperado
De mim mesmo
Andava nos mates de uma vida inteira
Nas invernias, de aquecer cambona
Tirando lexiguana, sem dormir
Chamando a prosa para ouvir
Mangueando os olhos em campanha
Eu andava quieto no meu canto
Com um mate de armada curta
Debaixo de uma ramada
Bombeando a várzea estendida
De onde a mirada de uma vaca pampa
Nas primaveras, de juntar rodeio
Rumo ao saleiro de uma invernada
De boa águada, flor de torena
Mas lá bem no fundo do peito, compadre
Ainda cabe uma puteada das "braba"
Nessa tigrada, que anda apartando a bagualada
Com a porteira quebrada
Eu andava quieto no meu canto
Lidando, domando potro, tosando, banhando o gado
Andava escorado à obra humana em uruguaiana
Nos campos do toro passo