Baile das Pulgas
Fernando Brant / Lúcio Tadeu
De repente o cinema Pathé
Atacado, devorado pela multidão
Pulgas encerraram a matinê
Onde um velho filme de amor
Teimava em comover
A quem não tinha sono na escuridão
Não respeitaram
O velho charme do autor
Que ia sentindo aos poucos
O seu corpo-tela desaparecer
FEz-se alegre baile no Pathé
Elas dançam, pulam no ar
chupam o sangue de um
O peito, a pele, a perna, a alma de um
Sem se importar se o seu festim agrada ou não
Se era sua fome santa ou não
Se o seu delírio agrada ou não
Esmaga