Torquato Flores, Presente
Que eu tava morto, disseram
E eu tinha que acreditar
Pois me enterrar já quiseram
Sem flor, nem vela ou altar
Espalharam aos quatro ventos
Torquato Flores já era
Brindaram meu passamento
Como se eu fosse tapera
Que um dia me vou é certo
Mas, contrariado, asseguro
Pra quê campear no escuro
Com tantas luzes por perto?
Por isso digo e repito
Não me levem de vencida
Nem sempre ganha a corrida
Quem pinta de favorito
Cantaram morta a carreira
Antes mesmo da largada
Mas quando sentar a poeira
Verão quem cobra a parada
Dobrem a aposta, senhores
Que não se entrega um valente
Em guerras, coplas e amores
Eu grito ao pago: Presente
Em guerras, coplas e amores
Torquato Flores, presente!