Casa Coletiva
Reage, toma forma, ganha voz
Agrupa, soma força, chama vida
As flores saem dos jarros
Estampam sua camisa
A hora pós relógio
A fonte primitiva
Jorra
No jardim
Da casa coletiva
Colonizando o céu com sua voz
Inaugurando a terra prometida
A música chove da nuvem
O barro pinga da bota
Semente virando fruta
E a natureza brota
Bruta
No quintal da casa coletiva
Os muros já não servem mais pra nós
Os nós já não amarram nossa vidas
As folhas forram a mesa
Os copos brindam na brisa
Qualquer sinal de fraqueza
A união catalisa
O canto parece reza
Veneno vira vacina
E a morte anunciada
Com sua voz assassina
Cala
Na sala da casa coletiva