Décima da Estância

Luiz Marenco / Xiru Antunes

Um resto de madrugada
Um peleguito e o sogueiro
Patrício um negro antigo
Reponta os gateado oveiro
Vai rebenqueando sua sorte
Assobiando uma coplita
Soluça um vento do norte
Na macega umedecida
E um par de perro colera
Fareja lebre escondida

A mão troca a gajeta
Por alça de Paisandu
E os ganchos de pitangueira
Se despedem dos couros crus
Um gateado negaceia
Bem na porta do galpão
Do couro de uma novilha
Pendurado no oitão
Da uns bufido e se acomoda
Tranqueando qual redomão

Um ajeita os pelego
O outro ata um bocal
Um resmunga com o peçuelo
O outro engraxa o buçal
Esporas e garroneiras
Criolina em cano de bota
O feitiço das maneias
Os laços a bate cola
Perfil de estância e fronteira
No rubro matiz da aurora

E se vão irmãos do vento
Com a alma galponeira
Lhes gusta o tranco da vida
Ao estilo da fronteira
Por pelo duro que são
Tapeiam bem o chapéu
Navegam em barco crioulo
Quase bem perto do céu
Renascendo a cada dia
Nas madrugadas de Deus

Aos olhos mansos de maio
Revisam no mais o outono
Os que vivem de a cavalo
E os mandamentos crioulos
A sombra de um cinamomo
Serve um mate pra os domingos
Algum jujo é um consolo
Se o coração tem basteira
E a flor do campo é um regalo
Que a querência alcança aos filhos

Curiosidades sobre la música Décima da Estância del Luiz Marenco

¿Cuándo fue lanzada la canción “Décima da Estância” por Luiz Marenco?
La canción Décima da Estância fue lanzada en 2005, en el álbum “Pra o Meu Consumo”.
¿Quién compuso la canción “Décima da Estância” de Luiz Marenco?
La canción “Décima da Estância” de Luiz Marenco fue compuesta por Luiz Marenco y Xiru Antunes.

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