Cavalo Bom Vai Pro Céu

"Ficou uma cruz cravada e um silêncio de arreio
Nem rangido, nem um coscorro da mordedura do freio
Ficaram estrivos juntos, xergão de carda, suado
E uma silhueta estendida, da dimensão do gateado"

Quem foi potro em primaveras, madrugando minhas encilhas
Já foi barco de alma leve, navegando essas coxilhas
Cascos de lua crescente, pra o céu grande das flechilhas
Há de encontrar invernada, rincão, querência ou potreiro
Lugar que o deus dessa pampa, reserva pra os seus campeiros

Quem sabe o céu te espere, com garras de corvos negros
Ou intempéries de chuvas, trocando a dor por sossegos
Lavando um lombo sem viço, sem forquilha nem pelego
Quem já foi flor nos setembros, sendo rio grande na praça
Vai matar campo e flexilha, pra consumir sua carcaça

Quem soube morrer de velho, destino bom de cavalo
Numa várzea de sol posto, entrega-se qual regalo
Pras mãos certeiras do tempo, que nunca erra o pealo
Pois só quem teve um gateado, conhece as coisas que digo
Não mate ou venda um cavalo, que estás traindo um amigo

Quem foi terra sem cobrá-la, retorna agora pra ela
Querência da minha encilha, fechou pra sempre a cancela
Entregando os olhos pampas, pra uma estrela sentinela
Rogando a sombra da cruz, boto no peito o chapéu
Reverencio pra terra cavalo bom vai pro céu

Curiosidades sobre la música Cavalo Bom Vai Pro Céu del Luiz Marenco

¿Cuándo fue lanzada la canción “Cavalo Bom Vai Pro Céu” por Luiz Marenco?
La canción Cavalo Bom Vai Pro Céu fue lanzada en 2005, en el álbum “Quando o Verso Vem Pras Casa”.

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