O Golpe do Otário
Uma mascate viajante quando em meu rancho parou
Era um Turco bom de papo, brincalhão e gozador
Conhecido na região por todos os moradores
Vendia tudo barato pro povão mais sofredor
Roupa feita, lataria
Sapato e bijuteria foi o que ele me ofertou
Me vendeu de tudo um pouco conforme se combinou
Pra velha comprei vestido, pros meninos cobertor
Pra mim um terno de linho, três camisas e um gravador
Comprei um par de sapatos, três panelas e um ferrador
Comprei dos par de botinas
Comprei brinco pras meninas e um anel pro meu amor
O Turco ficou contente com tudo que me vendeu
O Salim entrou no carro e na saída respondeu
Eu já cumpri o meu trato, espero que cumpra o seu
Volto na data marcada receber o que é meu
Eu preparei um calote
Vou mostrar pra este mascote como se ferra um judeu
Morar na cidade grande sempre foi o sonho meu
Cheguei numa imobiliária, uma casa eu aluguei
Vim embora pra cidade e notícias não deixei
Quis dar o golpe do otário, mas foi nele que eu entrei
Eu fiquei quase maluco
A casa era do Turco que vergonha que eu passei