Otinderê
Otinderê, Otinderê!
Negro para, estende os olhos
Pra lavoura de café
Mas a faca do sinhô
Faz nagô estremecer
Negro trabalha ligeiro
Que ocê tá no cativeiro
Minha espada é matadeira
Não posso facilitar
Olha o grão desse café
Vermelho que nem o sangue
Escorrido do seu corpo
Quando mando açoitar
Negro trabalha ligeiro
Que ocê tá no cativeiro
Minha espada é matadeira
Não posso facilitar
Olha o grão desse café
Vermelho que nem o sangue
Escorrido do seu corpo
Quando mando açoitar
Oh Maria Imaculada!
Quando der as suas pisadas
Chega aqui nesse lugar
Se vós não me socorrer
Eu não posso mais viver
Trabalhando sem parar
Já fui baxejê valente
Lá do outro lado do mar
Ninguém vai acreditar
Mas agora, nesse andar
Não demora, tô no céu
Junto de São Gabriel
Otinderê!!! Otinderê!!!