Ano Novo (Velha Vida)

Leo Kazão

As lágrimas de agora são chuviscos
Perto da tempestade que está por vir
Ao longe sinto um céu escurecido
Cada vez mais se aproximar de mim.


As cicatrizes expostas, superficiais
Perto da dor e culpa em mim agora
Meu mundo inteiro envelhecia
Enquanto me entregava a ventania, nem percebia.


Todo fim é um começo
Como você, sou único e imperfeito
Ano novo, velha vida
Cada encontro uma despedida.


Vejo a avenida que eu conheço bem
Mais adiante, rua que eu já sei o fim
Por dentro uma tempestade sem cura
Por fora já cai a chuva.


Sei que chegará o momento em que tudo vai mudar
Quantas lágrimas serão precisas pra cicatrizar?
Vozes que me dizem enquanto eu digo: - Não.
Vozes que falam sem minha permissão
Prefiro a chuva.


Mas eu não posso deixar em mim se alojar
A desesperança que insiste em nos rodear
Asfixiando pouco a pouco minha emoção
Pois algo me diz que a gente sempre renasce, todo dia.


Todo fim é um começo
Como você, sou único e imperfeito
Ano novo, velha vida
Cada encontro uma despedida.

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