Recordação

Góia, Nenete

Recordação

Amargurado pela dor de uma saudade
Fui ver de novo o recanto onde nasci
Onde passei minha bela mocidade
Voltei chorando com a tristeza que eu senti

Vi a campina que eu brincava com maninho
Vi a palmeira que o meu velho pai plantou
Chorei demais com saudade do velhinho
Que Deus do céu, há muitos anos já levou

E onde estão meus estimados companheiros?
Se foram tantos janeiros
Desde que deixei meus pais

Adeus lagoa, poço verde da esperança
Meu tempinho de criança
Que não volta nunca mais

Meu pé de cedro desfolhado, já sem vida
Final amargo de uma rósea esperança
Oh monjolinho, quero ouvir suas batidas
A embalar a minha alma de criança

Mansos regatos que brotavam lá na serra
Saudosa fonte, que alegrava o meu viver
Adeus paisagem, céu azul da minha terra
Rincão querido, hei de amar-te até morrer

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