Consciência de Sócrates
Eu sei, que o que sei
É só que nada sei
Mas sei também, tudo que sei
É que não sei de nada
Não sei desta política virtual
Um produto nacional
Muito difícil de entender
À sombra desta tal democracia
Perpetua-se a oligarquia
Revezando no poder
E falo tudo isso que eu sei
Embora tenha a consciência
Que às vezes o que eu digo
Não tem muita pertinência
Com aquilo que eu quis dizer
Mas é que quando eles me ensinaram
Me esconderam as verdades
E só as futilidades consegui saber
Mas você vai me compreender, eu sei
E dentre tantas coisas importantes
Do que eles me ensinaram
Minha inteligência fede por saber
O lilás da cueca do rei
O nome do bobo da corte
A cor do vestido da doida antes de morrer
Não sei por que dislate sifilítico
Eles tentaram dizimar
Os verdadeiros donos deste chão
Na guerra do Araguaia eu não morri
Porque só hoje aprendi
O que é ser cidadão
É uma arma na mão, eu sei
Não sei e nem você irá saber
Quem foi que matou p.c
Quem mandou, qual o motivo
Eu é que tenho medo de morrer
Por quase nada saber
Como queima de arquivo
Mas falo isto porque não aguento
Não sou um desses trezentos
Eu entendo que o caipira
Também tem direito a ser feliz
Quando eu ganhar algum dinheiro
Não vou para o estrangeiro
Vou comprar um pedacinho deste país, eu sei