Bica Meu Galo
Tive um galo São Gonçalo
Que até hoje ainda me assombra
Quando amanhecia louco
Peleava c'o a própria sombra
Filho de um galo afamado
Conhecido por Ventena
Já nasceu dando puaços
E bicando as próprias penas
Criei guacho esse malvado
Pois nasceu metendo o bico
E foi matando os irmãos
Ficou no ninho solito
Caso avistasse o contrário
No passeador, tinha chula
Era um coice atrás do outro
Que nem corcóveo de mula
O penacho Colorado
Vinha banhado de sangue
Parecia um maragato
Peleando pelo Rio Grande
Cantava de peito aberto
Se preparando pra luta
Assim, entoava o hino
Da sua pátria gaúcha
Bica meu galo, meu galo fino
Vamos levando puaços, mas não perdemos o tino
Bica meu galo, meu galo fino
Nós dois cantamos peleando porque esse é o nosso destino
Coisa mais linda, meu parceiro
Num careio de respeito
Tenteando o bico e a pua
Na ponta do osso do peito
Parecia uma quatiara
Enfurecido, dando bote
Com o pescoço sem penas
Coloreando no cogote
Era um taura no terreiro
Com duas dagas de aço
E a cachorrada da estância
Toureava dando puaços
Ficou cego das peleias
Sem perder a valentia
Hoje, guarda o rancherio
Cantando ao clarear do dia
O penacho Colorado
Vinha banhado de sangue
Parecia um maragato
Peleando pelo Rio Grande
Cantava de peito aberto
Se preparando pra luta
Assim, entoava o hino
Da sua pátria gaúcha
Bica meu galo, meu galo fino
Vamos levando puaços, mas não perdemos o tino
Bica meu galo, meu galo fino
Nós dois cantamos peleando porque esse é o nosso destino
Bica meu galo, meu galo fino
Nós dois cantamos peleando porque esse é o nosso destino