Porque tu não estás
Quando tu não estás
Fico sem eira nem beira
Não há brasas nem fogueira
Porque tu não estás
Sou um homem ao relento
Ando ao sabor do vento
Quando tu não estás
O meu tempo é mal tratado
Distorcido e congelado
Porque tu não estás
A cereja não tem gosto
A Gioconda não tem rosto
Ouço a tua voz
Sinto a tua pele
Vejo o teu sorriso
Mas é tudo só memória
Quimera de cordel
Porque tu não estás
Vou deitar-me enquanto penso
Mas o colchão é imenso
Já que tu não estás
Vou beber a noite inteira
Enfrascado na banheira
Vamos ao cinema
Paramos num bar
Damos longos beijos
Mas isto é mais uma estória que eu estou a inventar
Vamos ao cinema
Paramos num bar
Damos longos beijos
Mas isto é mais uma estória que eu estou a inventar
Quando tu não estás
Porque tu não estás
Porque tu não estás