Canção de Vida (para o Carlos do Carmo)
Nascemos tão furiosamente sábios
Dispensamos a razão
Corremos com um sorriso nos lábios
Nem contra o mundo em contra mão
Crescemos descortinando o nosso fado
Desvendando a nossa voz
Mantemos bem acondicionado
O fugitivo que há em nós
E tu, tu que nem sempre me entendes
Mas que tão bem sabes aconchegar
Aquele que eu sou
Talvez, nalgum instante ao olhares-me
Consigas simplesmente, sem pudor
Rever-te em mim
Às vezes nada nos pode causar medo
Tudo corre de feição
Por vezes também custa no enredo
Porque não é bela sem senão
Mais tarde valorizamos a inocência
E o que dela resta em nós
Mais tarde temos plena consciência
De que o final é sempre a sós
E tu, tu que nem sempre me entendes
Mas que tão bem sabes aconchegar
Aquele que eu sou
Talvez, de vez em quando ao olhares-me
Consigas simplesmente, sem pudor
Rever-te em mim
Talvez, nalgum instante ao olhares-me
Consigas simplesmente sem pudor
Rever-te em mim