Estranho Estrangeiro
Dorme numa esquina da minha rua
Um sujeito estranho
Sentado por lá continua, parado nos passeios
As suas mãos fortes e gastas
Tocam as grades da antiga escola
Recorda da sua infância, vendo os meninos jogarem à bola
Estranho estrangeiro
Diz-me onde moras
Sinto o teu cheiro
Quem me recordas?
Percorre avenidas e vê os engates
Parecem meninas
Começam por um disparate
Acabam loucas da vida, perdidas
Os cigarros apanhados do chão, os bolsos vazios
Dinheiro nem p`ra comprar pão
Avida por um fio