Lá na Campanha
Final de tarde quando o dia se desgarra
Solto as amarras que andam juntas na lida
Já chego afoito juntinho ao fogo de chão
Lá no galpão recanto xucro da minha vida
Bato o tição e ajeito um chimarrão dos buenos
Olho o sereno que vem molhando o capim
Cambono a chia bem recosada nas brasas
E eu pelas casas dou rédeas sonho pra mim
Vem pra campanha onde o costume se conserva
Igual a erva que traz um verde na estampa
Um gosto amargo que trago assim por municio
Um xucro vício enraizado na pampa
É pra campanha lá onde o minuano chora
É lá que mora as penas desse peão
Levando um sonho debaixo de um poncho amigo
Campeando abrigo pra este pobre coração