Pagode Em Brasília/ Pagode/ Falou e Disse

Quem tem mulher que namora
Quem tem burro empacador
Quem tem a roça no mato me chame
Que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora
E o burro empacador eu corto ele na espora
E a mulher namoradeira, eu passo o rodo e mando embora

Tem prisioneiro inocente no fundo de uma prisão
Tem muita sogra encrenqueira e tem violeiro embrulhão
Pro prisioneiro inocente eu arranjo advogado
E pra sogra encrenqueira eu dou de laço dobrado
E o violeiro embrulhão, com meus versos estão quebrados

Morena bonita dos dente aberto
Vai no pagode o barulho é certo
Não me namore tão descoberto
Que eu casado, mas não sou certo

Modelos de agora é tudo esquisito
Essas mocinhas dos cambitos
Com as canelas fina que nem palmito
As moças de hoje eu não facilito

Eu mais a minha muié fizemos a combinação
Eu vou no pagode ela não vai não
Sábado passado eu fui ela ficou
Sábado que vem ela fica e eu vou

Gavião da minha foice
Não pega pinto
Também a mão de pilão
Não joga peteca
O cabo da minha enxada
Não tem divisa
As meninas dos meus olhos
Não tem boneca

A bala do meu revólver
Não tem açúcar
No cano da carabina
Não vai torneira
A porca do parafuso
Nunca deu cria
Na casa do joão de barro
Não tem goteira

Mulher toma sua linha
Eu sou seu marido
Tô vendo que você quer
Cair na gandaia
Você já não usa mais vestido cumprido
Só quer sair pelas ruas de minissaia

Mulher toma sua linha
Eu sou seu marido
Tô vendo que você quer
Cair na gandaia
Você já não usa mais vestido cumprido
Só quer sair pelas ruas de minissaia

Este corpo bronzeado me dá ciúme
Só eu que tenho direito de apreciar
Morena se você bota essa minissaia
E sai aí pelas ruas a desfilar
Tem gente mal encarada de olho gordo
Tarado na redondeza só pra te ver
Até o vizinho da frente comprou binóculo
E torce pra um vento forte assoprar você

Eu fui na venda tomar um pingão
Eu comprei arroz, eu comprei feijão
Comprei açúcar, comprei canela, comprei
Um chicote, que é pra bater nela

Vou comprar um vestido pra mulherada
O modelo é bão e não custa nada
Na parte da frente pano não tem
Na parte de trás é assim também

Passa loirinha passa
Debaixo da verde-rama
Quando passar dá um suspiro
Quando suspirar me chama
A vida triste é de quem ama

Passa loirinha passa
Debaixo da verde-rama
Quando passar dá um suspiro
Quando suspirar me chama
A vida triste é de quem ama

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