Morrer

Rodrigo Faleiros

Minha amiga, eu também já pensei em me matar
Já tive dores tão profundas que achava que iam me acabar
Vivi mágoas tão intensas e orgulhos tão imundos
Já amei por um segundo até o amor me desprezar
Os risos breves que esboçava eram sorrisos sem futuro
Pois meu choro era constante, meu mundo estava já sem ar

Mas de que adiantaria não viver?
E como até então poderia eu prever?
Que flores se abririam hoje para mim
Que há sempre luz depois do fim

Minha amiga, eu também já achei que era melhor
Partir deste pra outro mundo, esquecer que em mim tudo era pior
Nem lutava por meu canto, pra que sofrer pra ter somente uma fatia do inferno?
Nem cantava o meu pranto, meu encanto se esvaía no incerto
E traição eu já sofri e ninguém parecia se importar
Que o meu agonizante coração estava ficando sem ar

Mas de que adiantaria não viver?
E como até então poderia eu prever?
Que flores se abririam hoje para mim
Que há sempre luz depois do fim

E hoje tudo está tão bem
Que morre minha vontade de morrer
E hoje vejo que o mal se foi
Tão logo que voltei a viver

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