Água e Vinho
Geraldo Carneiro, Egberto Gismonti, EGBERTO GISMONTI AMIM, GERALDO EDUARDO RIBEIRO CARNEIRO
Todos os dias passeava secamente
Na soleira do quintal
A hora morta, pedra morta, agonia
E as laranjas do quintal
A vida ia entre o muro e as paredes de silêncio
E os cães que vigiavam o seu sonho não dormiam
Viam sombras no ar
Viam sombras no jardim
A lua morta, a noite morta, ventania
E um rosário sobre o chão
E um incêndio amarelo e provisório
Consumia o coração
E começou a procurar pelas fogueiras
Lentamente
E o seu coração já não temia as chamas do inferno
E das trevas sem fim
Haveria de chegar o amor
E começou a procurar pelas fogueiras
Lentamente
E o seu coração já não temia as chamas do inferno
E das trevas sem fim
Haveria de chegar o amor