No Fim da Ladeira, Entre Vielas Tortuosas
Vem até mim um senhor de fala lenta
Diz que bebendo assim eu nem chego aos quarenta
Teima que sabe bem o que deixa um homem no estado em que eu estou
E me alerta que a auto-piedade é a seqüela mais comum do amor
Eu nem ouso discordar
Esse esteve em meu lugar
Então eu desabafo, peço conselhos
Ganho a simpatia dos outros bêbados
Fico elaborando teorias
Tentando esgotar o assunto e seguir em frente a minha rotina
Eu só queria poder
Me redimir com você
Acho que eu te deixei assustada,
Eu agi da forma mais errada
Aquele triste homem intimidado
Agora luta pra se manter afastado
E não te incomodar
Me diz quando parar
(onde é que eu vou parar?)
No fim da ladeira, entre vielas tortuosas,
Há uma vila de casinhas silenciosas
Numa manhã fria, eu saí de uma delas
Convencido de que ali eu havia achado a pessoa certa
Agora dói passar perto daquele lugar
Acho que eu te deixei assustada,
Eu falei alguma coisa errada
Um nervosismo incontrolável
Agora eu luto pra me manter afastado
E não te incomodar
Me diz quando parar
(onde é que eu vou parar?)
Acontece que eu ainda enxergo em ti
Tudo de que eu mais me orgulho em mim
Como um pássaro ruidoso ao ver a luz do amanhecer
Eu não pude me conter
Me desculpa se eu te deixei assustada,
Se eu disse alguma coisa muito errada
Mas eu nunca fui de pecar pela omissão
Ou de ignorar o meu coração
Não vá se afastar.