Distante Ver, O Sol Nascer
Humberto Barbosa
Pra quem seguiu seu destino
Regando amor em viagem
Quanto mistério enfadonho
De luta, força e coragem
Dentro da nuvem de um sonho
Sem desfazer a miragem
Apanha da vida sorrindo
Qualquer hora do dia e de noite
Uma dor uma sede na goela
Uma faca de ponta sem gume
Um passado presente sentido
Um passo mal dado perdido.
Quanto mais me protejo
Mas me descubro no Tejo
Num rastro claro pelo céu
Silenciosa a lua prata, vai
Abrindo a boca da noite
Calando trombetas em girassóis.
Chorando manso, riso em pranto
Banhando a alma tão aflita
Sentir o cheiro do ser
Distante ver... o sol nascer...
De sonhos interrompidos
Pro horizonte, partida
De tempestades colhidas
Tantas noites mal dormidas
Saudade é quando a vida
Transforma em lágrima sentida