Tocando Um Baio Por Diante (part. Quarteto Coração de Potro)
Não facilita, morena
Que esse baio é redomão
Vem de bocal bem atado
Com as rédeas firmes na mão
Apertei um basto novo
No cinchão da barrigueira
Pra fazer quase seis léguas
Desde de lá das Cordilheira
Ganhei folga, é dia santo
Mas vim bem recomendado
Pra voltar segunda, cedo
Pois tem aparte no gado
Apeiei lá nas parada
Só pra comprar os arreio
Pingo novo, pelas pedras
Tem que tocar com receio
Cruzei, mas nem apeiei
Numa estância macanuda
Se eu não viesse bem montado
Pedia um pingo de muda
Lá na cruzada do arroio
Tirei o pó das mangueira
E acomodei minha estampa
Porque ainda é sexta-feira
Vim de fora, me cuidando
Pois se pega, eu não caio
Mas vou cansando os meus pulso
Querendo parar esse baio
Comecei firmar na boca
Puxando devagarinho
Veio só parar aqui dentro
No pátio do teu ranchinho
Não tu dá uma volta
Porque ainda não tá bem manso
Quando voltar, mês que vem
Pelo buçal, eu te alcanço
Falta só ajeitar da boca
Esse meu baio torena
Que, se não firmo na rédea
Te atropelava, morena
Minha estampa de fronteira
Ajeitei quando saí
Pra trazer esse baio oveiro
Que eu tô amansado pra ti