Tô a cavalo
A silhueta dos cavalos
Na pampa da madrugada
São os meus olhos de campo
Descansando das tropeadas
Com vozes de outros tempos
As esporas em floreios
Parece que pedem vaza
Pra um aparte de rodeio
Quando encilho meu gateado
Bem certo, tô a cavalo
Tenho a imagem da várzea
E o trote que é um embalo
Um cusco preto do lado
É a sombra que me acompanha
E o vento toreia o poncho
Num minuano da campanha
Na voz um hino de guerra
Pra repontar a gadaria
Léguas se soltam num grito
Rebojando a sesmaria
Campechano assim por alma
Bem sustentado nos ferro
Pelos esteios das patas
E o clarim dos quero-queros
Aqui pras bandas do sul
O mundo tem outro sentido
É onde o pasto floresce
Aos meus olhos distraídos
E o gado tranqueia lindo
Na direção do horizonte
Marcas de cascos na várzea
Com porteiras por reponte
E o meu gateado sustenta
A serventia do arreio
Traz estrelas mais cadentes
Nas pontes suelas do freio
Gateado marca de copa
Inté escuta o que eu falo
Querência da minha encilha
Bem certo, tô a cavalo