Pandeiro, Lua Redonda (part. Joca Martins e Juliana Spavanello)
É a Lua cheia dos bailes
Que a noite escura recorda
Pleno de sons e repiques
Que de tão cheio, transborda
Se no salão acha espaço
Vai marcando seu compasso
Batido só pelas bordas
Pandeiro, Lua redonda
Ponteando num baile bueno
Tua batida tem veneno
De enfeitiçar madrugadas
Pela razão do teu som
Guarda teu corpo em madeira
E a cadência musiqueira
De alma bem compassada
Teu coração que palpita
Vai namorando a cordeona
Morenita redomona
Que noite adentro se assanha
De vez em quando ela esquece
Do teu amor sem razão
E se entrega ao violão
Que, num bordão, lhe acompanha
Por isso, grita bem alto
Que só te escutam na sala
Tem graves na tua fala
Pra acordar quem descansa
Das platinas alcança
Um som brilhante e preciso
Que me perco num sorriso
De uma morena que dança
Tem mil vaneiras no couro
Curtido e bem afinado
Mais frouxo ou bem afinado
Vai nos contando segredos
Nas mãos de quem tem carrega
Pede folguedo ou mais calma
No entrechoque da palma
E pela tocada dos dedos
Pandeiro, Lua redonda
Das noites de escuridão
Que logo acende um clarão
Por entre a luz do candeeiro
Tens o querer da cordeona
Pra se chegar sem permiso
E firmar teu compromisso
Nesses bailongos campeiros