Tranco Manco
No rebolcá duma vanera me encambicho
Saracoteando num retovo à porvadeira
Lasco um floreio pro recavém da morena
Chapéu tropeado num jeitão bem bagacera
Lenço vermelho, toalhão boca de fronha
E o velho pala lembrando a cor da bandeira
Bombacha buena, brim riscado, lã de oveia
Faz o chinedo se enfilerá pra vanera
O tranco é manco na véia moda campeira
Dê-lhe cordeona, dê-lhe pata
Rebolcando no galpão
Dá-lhe xixo, dá-lhe gorpe
Nas bordona do violão
Tem fandango, tô de pronto
Costurando um vanerão
Chão batido é porvadeira
No riscá do pé no chão
Surungo é festa pra quem mora no rincão
Na sexta-feira me dá coceira nos casco
E a bota inté parece se joga pros lado
Taureando um sebo, tiro cheiro de mangueira
Das veiz na lida, doutras vez no maxixado
Bufo de gaita é luxo bueno e galponeiro
Traz alegria pra peonada do povoado
Entretimento pra quem doma e gineteia
E passa o dia lavrando, tocando o gado
O tranco é manco à moda véia do passado