A Vida Que Deixei No Sertão

Airo

O galo canta amanheceu no sertão
Começa a vida de um caipira sonhador
Ponha a chaleira lá na chapa do fogão
Água ferve o chimarrão
Traz do mato o seu sabor
Antes do sol sair já fez o que mais gosta
Pega a enxada e vai pra roça
Vai cuidar da plantação


Entusiasmo da um sorriso e tira seu chapéu
Admirando o que a natureza fez
Olha o tamanho e a beleza dessa plantação
São Pedro foi muito bom
Mandou chuva a hora certa
E a sementinha debulhada com as mãos
Se espalhou na imensidão
E já espera pra colheita


Essa é a vida que eu deixei lá no sertão
E hoje canto essa canção pra matar minha saudade
Minha tristeza a lembrança me consola
E nos braços da viola que encontro a felicidade


A tarde cai e já de tarefa cumprida
Pego um trieiro de regresso para casa
Num bate papo com seu velho amigo cão
Que tira da solidão
O homem xucro e roceiro
E ainda a honra de ouvir pelo caminho
O cantar dos passarinhos
Sinfonia ao por do sol

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