Entre o Campo e Galpão
Um mate amargo me adoça o final da tarde
No galpão enfumaçado, pelo braseiro que arde
Ao meu lado eu tenho um cusco parceiraço no reponte
E la fora um lusco fusco brasinando o horizonte
Num sistema organizado pois sou peão e ginete
Deixo os aperos guardados nos ganchos e cavalete
Domando por sirigote os pelego e as chilenas
Que me servem de suporte pra montar o potro ventena
Depois que a lida, se termina
A cambona brasinha ferve no fogo de chão
Apeio e pito ao desatento neste viver me contento
Entre o campo e o galpão (2x)
Um passarinho cantor encerra a sinfonia
Finalizando o louvor, na hora da Ave Maria
Ouço o canto do grilo, saudando a noite charrua
que chega com novo estilo, vestindo prata da lua
Então a pampa se acalma nesse terunho ritual
Trazendo jujos pra alma, nessa vida natural
Na hora da recolhida no catre busco achego
Amanhã sigo na lida enforquilhado nos pelegos
Depois que a lida, se termina
A cambona brasinha ferve no fogo de chão
Apeio e pito ao desatento neste viver me contento
Entre o campo e o galpão (4x)