Retrato do Cantor
É só bombear no meu jeito
Pra ver nos modos que trago
Que fui criado no pago
De guerras e tradições
Que trago a imagem do pampa
No meu cantar galponeiro
Abagualado e campeiro
Parido pelos galpões
Meu chapéu de barbicacho
Minha bombacha bem larga
Lenço, chilenas e adaga
A guaiaca e o tirador
Um par de botas campeiras
E a imponência do pala
São a moldura baguala
Do retrato do cantor
E no meu campo das cantigas
Arrebanhei as lembranças
Tropas gordas de esperanças
São razões que eu gineteio
Tenho um braseiro de amores
No meu ranho da memória
E engarupado na história
Me sinto firme nos arreios
Meu verso exalta costumes
Enraizados na mente
Dos que bebem da vertente
Do gauchismo mais puro
Notas xucras de cordeona
Sublime mãe da vaneira
Levam minha arte campeira
Pra os cantores futuros