Um Pingaço de Respeito

Rodrigo Lopes de Mendonça, Anderson Pellisoli de Oliveira

Não tenho medo de assombro, nem do rosilho que ajeito
Que sai rangindo bocal, mordendo a ruga do peito
Mostrando para o domador, que é um pingaço de respeito!


Saio num potro entonado assombrado e manheiro
Com queixo bem apertado, orelha atenta e ligeiro
Por sorte não deu cabuloso porque só esconde o toso
Pra mostrar que está faceiro


La na invernada da várzea aperto bem as encilhas
Apresilho a rédea na cincha, na mão eu já cruzo a rendilha
E passo a perna sem alarde me sentindo um Garibaldi
Navegando um farroupilha


Ref.: Topete bem no focinho e o pelo rosilho não nega
Quem é da doma garante que depois de sovado se entrega
Troteia mordendo o peito é um pingaço de respeito
Que não se encontra em macega


Depois de redomoneado, enfreno com precisão
Masco o freio na mangueira com pose de capitão
Chego a ficar imaginando, eu pachola escaramuçando
Erguendo leivas do chão


Esse é o ofício pampiano, que teima em me paletear
Com certeza pro outro ano, terão outros para domar
Já sinto saudade e pena, quando está manso e torena
Já tá na hora de entregar

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