Viola Cor de Sangue

Paulo Cesar De Oliveira

A garganta aberta
Num cantar sem grito
Pelo campo afora
Onde os girassoís doiravam minha vida
A camisa aberta
O peito num rompante
Pelo tempo afora entre os campos verdes
E cheirando a relva
Viola cor de sangue
A lua desvairada
Carro de boi rangendo
Flor do cafezal
Essa era a minha estrada
Pelo tempo afora
Se vai minha vida
Entre um aço e outro
Entre os carros soltos pelas avenidas
Gravata que aperta
O peito num rompante
Viola num canto
Querendo explodir
Nesse meu desencanto

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