Galã de Xerém

Edu Tardin / Pablo Amaral

Chinelo de dedo, bermuda rasgada,
Blusão e boné
Cheguei no boteco
Pra ver se o pagode já estava de pé
Falei com os amigos
Fui logo saudado pela mulherada
Pedi pro maneco
Trazer mais um copo e cerveja gelada
Quando de repente um monte de gente
Com traje diferente entrava no bar
Me fotografaram, me entrevistaram
Dizendo: sua vida vai ter que mudar!
Eu muito confuso, com copo na mão
Já ia gritando, dizendo que não
Rezei pro meu santo e pedi proteção
Falei pro cumpadi: "cadê o camburão?"
Foi quando uma voz lá no fundo gritou:
Já está escolhido e não tem pra ninguém
Assina o contrato!
Vai ser um barato o galã de Xerém

Sapato alemão, Charuto cubano,
Perfume francês, relógio suíço,
Terno italiano, uísque escocês
Rodei a Europa pra lá e pra cá
E os paparazzi a me fotografar
Foi quando o maneco ligou do boteco
E me perguntou quando eu ia voltar
Foi então que eu me cansei
Ser estrela não dá
Eu não sou pop star
Calcei o chinelo
E peguei o primeiro Paris/ Irajá

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