Criminologia
[Intro]
1Kilo
[Verso 1: Funkero]
Eu sentado na praça
Bicicleta de lado
Com as fichas do fliper
Aguardando bolado
Cadê a porra do menor?
Chegou, ia passar batido
Gritou de longe: "coé, Vito, vem ver, deixaram um fudido!"
Cova rasa largado no terreno em frente a encruzilhada
Eu criança, nove anos e o defunto me olhava
Olho aberto alguém falou: "não encara demais
Olhar de morto é foda, te persegue e tira sua paz"
De lá pra cá foram tantos, lembranças que eu não queria
Jardim Catarina, Santa Luzia
Anos 90 eram vários cadáveres por dia
Um monte de barriga vazia um monte de cabeça vazia
Quem quer fugir se vicia acaba magro de anemia
Estrada de chão, no caminho da escola encontrava os moleque de oitão
Seis horas da manhã amanhece cedo pra ladrão
Roleta russa do cifrão pista pegando fogo
Quem passou de 18 sabe que nasceu de novo
Meus amigos foram assassinado na média dos 14
Briga de baile 157 judaria um montão no 12
Fui criado desviando das balas
Nunca conheci a paz de que tanto se fala
Muita arma, muita droga, muita covardia
Bem vindo ao genocídio nosso de cada dia
Visão de cria, criminologia
Aqueles olhos abertos me perseguem até hoje em dia quem diria
[Refrão: Funkero]
Visão de cria, criminologia
Querer paz sem justiça é utopia
Paz sem voz, não é paz, é medo
E essas armas não são de brinquedo
Visão de cria, criminologia
Querer paz sem justiça é utopia
Paz sem voz, não é paz, é medo
E essas armas não são de brinquedo
[Verso 2: Gaspar]
Meu anjo andando armado
Deixando o santo ocupado
Onde eu nasci filosofia é canhão destravado
Soul criminal no trabalho
Mudar de vida é o caralho
Pra vacilão tiro na testa
A morte de aniversário
Eu vim colhendo flores do lixo
Vim pisando em solo restrito
Pensamento em dois mil e cem
Mandamentos antes de cristo mutilado
Igual minha quebrada
Pelo dom tem vários no risco
Com Funkero linha de frente
Rap nunca mata serviço
Libertando a mente
Olho aberto não vira refém
Despertando o monstro libertário que a minha mente tem
Kit rajada nesses verso, vrau
Bang-bang-bang-bang-bang
Alguns na frente morre por ódio
Mata o rei da porra do pódio
Os menor de habilidade
Seu talento tira do ócio
O que destrói já vira negocio
Poucos vence tipo Obama
Din' lucrado pelas viela
Bem gasto em Copacabana
Que se foda a cor da bandana
Se tem grana várias te ama
Pelo som mudando o universo
Pesadão tipo negro drama
Muda toda porra da trama
Diamantes surge da lama
Quem não vive a porra do sonho
Vai morrer sonhando na cama
[Refrão: Funkero]
Visão de cria, criminologia
Querer paz sem justiça é utopia
Paz sem voz, não é paz, é medo
E essas armas não são de brinquedo
Visão de cria, criminologia
Querer paz sem justiça é utopia
Paz sem voz, não é paz, é medo
E essas armas não são de brinquedo
[Verso 3: Vandal]
Bota cara vá, que nós bota pa cantar
Caminha não, parceiro, aqui nós bota pa voltar
Bota cara vá, nós tá doido pa apertar
É Salvador, parceiro aqui nós bota pra voltar
Artilharia, criminologia
É nós que pega nessa porra, então vigia
Então vigia, abraça e confia
Moeda pra favela, moeda pra família
Cê tá chocado, não tem branco nessa rima
Vai, sobe no passeio, é Vandal que tá na pista
Boy branco rima o crime e cês chama de arte
Quando é um preto, cês tem medo e quer deixar de parte
Eles falando de Gucci, eu falando de Nike
Pobreza não repercute, riqueza fake é verdade
B-R, no erro da incerteza
Num dia nós tem comida, no outro só tem a mesa
Visão de cria, eu amo cada Maria
Respeita os morador, respeita hierarquia
País sem voz, criança sem medo
E você diz que depressão não é doença pra preto
Olha no espelho, vê as marca da guerrilha
Em cada cicatriz eu vejo sangue, é nostalgia
Você me vê dos camelô aos condomínio
Eu tô mais badalado que camisa da 1Kilo
De onde eu vim, assim, não dá pra vocês
É headshot todo dia
R.I.P all day
Vocês armado nesses vídeo é airsoft
Vandal armado é de verdade, run, corre