Elas Por Elas
Teve uma cujo o nome ainda hoje me atazana
Uma outra cuja a fome de carinho era insana
Uma que me conduzia com cuidado passo a passo
Minha mão, me parecia, que floria em seu regaço.
A que era prevenida me entregava de bandeja
A que era benfazeja não me dava boa vida
Se esqueço a derradeira meu futuro é derrotado
Se relembro da primeira me transformo em seu passado.
Teve mesmo a leviana que é pra não se por defeito
Quando lembro de fulana ainda caio de mal jeito
Me matei por causa de uma que se abria em seu decote
Quando vi sumiu na bruma remexendo um fox-trot.
A penúltima que eu tive entendia do riscado
Requebrava em verso livre, versejava sincopado
Teve aquela que foi breve como a brisa que arrepia
Uma outra de tão leve avoava em demasia.
Uma outra tinha tudo para ser quase minha filha
Me traia em verso mudo, me amava em redondilha.