Duas Severas
João De Freitas / Nuno Meireles
Em tempos que já lá vão
Na mouraria viveu
A severa que á canção
Do fado mais vida deu
Imperou na fadistagem
E cantou em muita espera
E é prestando-lhe homenagem
Que hoje existe outra severa
É na severa que todos ouvem
Fado castiço á desgarrada
É na severa que toda a gente
Passa contente, até madrugada
É na severa que tem mais glória
Cantando a história do seu passado
E é na severa, nesse ambiente
Que a gente sente que o fado á fado
Ninguém já o vê nas hortas
Nem nas esperas de gado
Em que ela deu horas mortas
Era sempre o desejado
Hoje as pessoas amigas
Já todas sabem de cor
Que na severa as cantigas
Têm sempre mais sabor