Testemunho
Felipe Cordeiro
Não sei mais temer
Sei teimar
No desassossego
Nos rios sei errar demais
Lá pro fundo do olhar
Lá na fenda
Que há por detrás do fim
Nessa pérola sei tocar
Não sei atirar
Sem morrer
Sem me envenenar
De quem já envenenei
Me alugou pra sonhar
Quero além do langor
Me ligar assim
Feito o tempo ao lugar que estou
E me cortam punhais do amor
Com seus mil desalinhos vãos
Peregrino que sou
Vou buscar a esfinge lunar
Lupanar de martírios sem fim
Ainda sim
Mesmo assim
Sinto o mundo brindar
Uma taça que atiça meu fim