Um Outro Olhar Sobre Caxias
Eu nunca soube o quanto quis, nem muito pouco
Ser ou não ser não é questão, pois não
O que parece pode não ser e de repente
É bem igual [?] diferente, então
Ai de nós
Ai de nós
A pensar mais do que fazemos
Menos ainda do que sonhámos
Lá vai o [?] e há quem muito queremos
Cheirando a terra vermelha e ganga
Memória do que não passámos
Quatro paredes cansam-me os olhos
De olhar Caxias
Alguém gritou, alguém morrеu
Quem foi?
Olhos de guarda seguеm-me os passos
À minha porta
Que a noite mata, o frio corta
Também
Quem lá vem
Quem lá vem
Viemos assim do mesmo lado
Com preconceitos e tantos remorsos
É onde o tempo mais se demora
Onde esperamos amortalhados
Com teorias até aos ossos
Eu bebo quanto me apetece pela manhã
Eu bebo a ler Boris Vian, pois é
[?]
Mas que ciência
Feita de gestos sem paciência, eu sei
Sem saber
Sem saber
Vivemos juntos o mesmo enredo
A mesma culpa sem alibis
Clara Maria vou estando farto
De confissões eu tenho as mãos cheias
E muitas saudades de ti