Nos Palmares das Baías
E este imenso gentio
Rouba, compra e troca assim muitos escravos
No mais do tempo são vadios a gozar
E a folgar nos desconchavos
Vêm a preço em grandes feiras
Os que moram na areia da Berbéria
E ficam os pretos à venda
Dos que vivem nos palmares das baías
Demos oferta de biscoito e vinho nosso
Que o deles é de palmeira
Prometem sete acorrentados
E uma negra para meu consolo de esteira
Tão requebrada leva a baila no andar
Em pernas de jeitos felinos
Muito cheirosa, almiscarado era o seu corpo
De alinhamentos divinos, ladinos
Tão esquecido destes regalos humanos
Eu vou mudar de repasto
Com toda a luxúria e toda a delícia
Com toda a volúpia e toda a carícia
Na baila da dança das pernas mouriscas
Com muita malícia
E vêm baços e outros pardos
Andam mais a trato de mercadoria
E vendem estes e outros tantos
Vendem cafres e da própria cafraria
E trocam gentes por cavalos
Ouro e prata, artes de seda mourisca
Pelos escravos compram tecidos de linho
E saiotes de odaliscas
Demos oferta de biscoito e vinho nosso
Que o deles é de palmeira
Prometem sete acorrentados
E uma negra para meu consolo de esteira
Tão requebrada leva a baila no andar
Em pernas de jeitos felinos
Muito cheirosa, almiscarado era o seu corpo
De alinhamentos divinos, ladinos
Tão esquecido destes regalos humanos
Eu vou mudar de repasto
Com toda a luxúria e toda a delícia
Com toda a volúpia e toda a carícia
Na baila da dança das pernas mouriscas
Com muita malícia
Com muita
Com toda a luxúria e toda a delícia
Com toda a volúpia e toda a carícia
Na baila da dança das pernas mouriscas
Com muita malícia