Era no Tempo dos Tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Meu pai sempre acordava p'la manhã
E ia cantando p'ró quintal
Enquanto fazia a barba
Debaixo do caramanchão da buganvília cor-de-violeta
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Zenza Niala vinha entrando na cancela
À cabeça a quinda carregadinha de fruta
Sempre cumprimentava minha mãe:
- "Sápere, dona!"
Minha mãe respondia:
- "Olá"
Ela agachava no chão
Destapava a quinda
E por sob as folhas frescas de mamoeiro
Mostrava papaias e pitangas saborosas
Às vezes trazia fruta-pinha e sápe-sápe
Era sempre o mesmo dialogo
Minha mãe. "chingamin?"
Zenga Niala do chão sorria
Mostrava os dentes de marfim
E respondia:
- "Meia-cinco, sinhóra!"
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos
E havia "bigodes" e " bicos de lacre"
Cantando nas acácias do quintal
Depois Zenza Niala ia embora
As ancas baloiçando
A quinda na cabeça
Era no tempo dos tamarindos
Era no tempo dos tamarindos (8x)